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sábado, 20 de abril de 2013

EXEGESE JUDAICA

Exegese Judaica
Um estudo da história da interpretação bíblica começa, em geral, com a obra de Esdras. Ao voltar do exílio da Babilônia, o povo de Israel solicitou a Esdras que lhes lesse o Pentateuco. Neemias 8: 8 “leram no livro, na lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia”.
Visto que, durante o período do exílio, os israelitas tenham provavelmente perdido sua compreensão do hebraico, a maioria dos eruditos bíblicos supões que Esdras e seus ajudantes traduziram o texto hebraico e o liam em voz alta em aramaico, acrescentando explicações para esclarecer o significado.
Quando o povo retornou o exílio na Babilônia foi necessário, portanto, que tivessem os Targuns (de uma palavra que significa “explicar”) para que pudessem ser orientados na interpretação das escrituras. Afirmava-se que essa tradição havia sido passada fielmente do escriba Esdras e dos membros da Grande Sinagoga que, por sua vez, supostamente haviam recebido esses ensinamentos por meio da revelação divina.

Os targuns aramaicos
A origem dos targuns. Há evidências de que os escribas, já nos tempos de Esdras (Ne 8.1-8), estavam escrevendo paráfrases das Escrituras hebraicas em aramaico, Não estavam produzindo traduções, mas textos explicativos da linguagem arcaica da Tora. As pessoas que realizavam esse trabalho de produzir paráfrases eram chamados methurgeman; desempenhavam papel importante na comunicação da palavra de Deus em língua hebraica (que aos ouvidos samaritanos soava tão exótica), na língua do dia-a-dia que o povo entendia bem. Antes do nascimento de Cristo, quase todos os livros do Antigo Testamento tinham suas paráfrases ou interpretações (targuns). Ao longo dos séculos seguintes o targum foi sendo redigido até surgir um texto oficial.
Os mais antigos targuns aramaicos provavelmente foram escritos na Palestina, durante o século II d.C, embora haja evidências de alguns textos aramaicos de um período pré-cristão. Esses textos primitivos, oficiais, do targum, continham a lei e os profetas, embora targuns de épocas posteriores também incluíssem outros escritos do Antigo Testamento. Vários targuns não-oficiais, em aramaico, foram encontrados nas cavernas de Qumran, cujos textos seriam substituídos pelos textos oficiais do século II d.C. Durante o século III, todos os exemplares do Targum palestino oficial, abrangendo a lei e os profetas, foram praticamente engolidos por outra família de paráfrases dos textos bíblicos, chamadas Targuns aramaico-babilônicos. As cópias do targum que contivessem os demais escritos sagrados, além da lei e dos profetas, continuavam a ser feitas extraoficialmente.
Os escribas que vieram a seguir tiveram grande cuidado em copiar as escrituras, crendo que cada letra do texto era a palavra de Deus inspirada. Esta profunda reverencia pelo texto escriturístico tinha suas vantagens e desvantagens. Uma grande vantagem estava em que os textos foram cuidadosamente preservados através dos séculos. Uma grande desvantagem foi que os rabinos logo começaram a interpretar a escritura por outros métodos que não os meios pelos quais a comunicação e normalmente interpretada.
Os rabinos pressupunham que sendo Deus o autor da escritura:
1-      O interpete poderia esperar numerosos significados em determinado texto
2-      Cada detalhe incidental do texto possuía significado

Interpretação Anagógica
A palavra anagógica refere-se a uma espécie de interpretação alegórica, que procura descobrir verdades espirituais ocultas, no texto literal das escrituras. Sua forma mais radical era a dos antigos hebreus, que pensavam ver significados ocultos até nas letras formadoras das palavras.
O rabi AKIBA, no primeiro século da era cristã, finalmente entendeu que isto sustentava que toda repetição, figura de linguagem, paralelismo, sinônimo, palavra, letra, e até as formas das letras tinham significados ocultos. Esse letrismo (enfoque indevido as letras das quais se compunham as palavras da escritura) era muitas vezes levado a tal ponto que o significado que o autor tinha em mente era menosprezado e em seu lugar se introduzia uma especulação fantástica.

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